sexta-feira, 28 de março de 2008

CRISE
Telefônica demite 800 pessoas


O que já é ruim pode ficar pior. Os serviços de instalação e manutenção das redes de fibra óptica, assim como da rede da rede interna, serão executados por empresas terceirizadas – em tese, sem a mesma motivação em termos de qualidade.

Começa dia 4 de abril, sexta-feira que vem, o programa de demissões pelo qual a Telefônica pretende cortar cerca de 800 funcionários. A previsão é de que, no dia 14, os processos de demissão já tenham sido concluídos.

Os serviços até aqui executados por funcionários contratados pela espanhola serão agora de responsabilidade de um grupo de empresas. A Ericsson ganhou a concorrência para instalação e manutenção da rede de fibra óptica, enquanto a NEC e a Nortel assumem os serviços de manutenção da planta interna de telefonia. A instalação e a manutenção da rede de dados são tarefas entregues a um conjunto de prestadores de menor porte, que já faziam o serviço e tiveram os respectivos contratos ampliados.

As demissões contarão com um plano de benefícios de até dez salários em prêmio, dependendo do tempo de casa de cada funcionário dispensado. A expectativa é de que as demissões envolvam algo próximo a 60 milhões de euros, ou R$ 150 milhões, segundo projeção feita pela matriz. “Muito pouco para fazer estancar a sangria financeira que não poupa nenhuma empresa de telefonia fixa, muito menos, a Telefônica”, confidencia um alto executivo da própria operadora.

INDÚSTRIA
Motorola se divide em duas


Conforme é de praxe entre as multinacionais, a empresa não esclarece o que acontecerá com a operação brasileira. Extra-oficialmente, sabe-se, porém, que, aqui, lá e em todo lugar, a ordem é apertar os cintos.

A decisão de dividir a empresa em duas – uma dedicada à fabricação de telefones e outra à tecnologia de banda larga – se destina a sanear as finanças, valorizar os papéis em bolsas e proteger o investimento dos acionistas. Mas não deve ser isolada. “A crise norte-americana e a própria situação financeira difícil, que obriga as operadoras brasileiras a reduzirem os investimentos, devem inspirar novas medidas, na Motorola, que deve puxar o freio de mão e apertar os cintos”, projeta um consultor especializado em telecomunicações.

INVESTIMENTO
SmartTrust vem com tudo


Ruim pra alguns, ótimo para outros. A SmartTrust, especializada em tecnologia aplicada a comunicações móveis e com representação no Brasil desde 2002, está inaugurando escritórios no Rio de Janeiro e Buenos Aires.

O que motivou o investimento foi o “resultado fantástico” que a empresa obteve na América Latina, no ano passado, conta Roberto Batista, nomeado diretor de vendas para América do Sul, com base plantada em São Paulo. A ele cabe, também, supervisionar o escritório carioca. Na Argentina, o homem forte é Eduardo Erdini. Gerente regional de vendas, ele ficará em Buenos Aires.

FUSÃO Oi/BrT
Finalização pode demorar

Múltiplos interesses, inclusive dos investidores Citigroup e o Opportunity amarram a operação, cuja conclusão pode levar mais 70 dias.

No fechamento desta edição de VIVA-VOZ, a Oi publicava no site de Relações com Investidores, que as negociações relativas à compra da Brasil Telecom (BrT) continuavam, mas sem conclusão. “Não se chegou a um acordo sobre os termos da operação e não foi firmado, ainda que em caráter preliminar, qualquer documento entre as duas empresas”, dizia o comunicado.

A previsão era de que houvesse um acordo até dia 3 de abril, quinta-feira, coisa com a qual executivos da própria Oi não contavam, considerando a extensa lista de acertos, de maneira a cumprir os trâmites legais que a operação exige.

O primeiro grande obstáculo, entretanto, aparentemente, foi removido na última quinta-feira, dia 27 de março, quando o Citigroup e o Opportunity decidiram celebrar a paz, encerrando as disputas. Depois de aprovada a operação de compra, Oi e BrT tem mais dois meses e meio para finalizar a transação, prazo dado pelas autoridades.

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns a visionária Lucia Helena,

A respeito da última ( se fosse realmente..) crise da telefonica no serviço de dados, é evidente que isto é causado pelo total desrespeito desta empresa aos profissionais que lá trabalhavam antes da demissão em massa.

Quem últimamente chamou manutenção para e1 ou dedicada, já percebeu que ao invés de aparecer um bom e velho funcionário experiente.. aparece algum garoto de boné que fica pendurado no telefone para falar com a "contratante" mais tempo ainda que o INFELIZ COITADO do cliente FINAL.

Tenho casos de falta de serviço de 48 horas em linhas dedicadas nos últimos meses...