sexta-feira, 26 de junho de 2009

EXTRAEXTRAEXTRAEXTRAEXTR
Balada para Michael Jackson

Não tenhas mais medo, menino!
Agora, pouco importa a cor da tua pele.
Lá, além daqueles holofotes,
nada nem ninguém mais te fere.

Lá, sem mais manchetes,
todos os anjos, sorrindo, ao teu lado,
hão de vir para a festa,
dançar o teu eletrizante bailado.

Dores... essas nunca mais...
No clip da eternidade,
ao pés de Olorum, todos os meninos,
absolvidos e libertos, descansam em paz.

domingo, 21 de junho de 2009

FIM DO DIPLOMA DE JORNALISTA
Eles não perdem por esperar...

Os argumentos a favor da insanidade eram e continuam sendo todos pífios. O mais boçal deles, entretanto, sustenta que o jornalismo é uma forma de liberdade de expressão e que, portanto, deve ser franquedo a todos. Tipo geral do Maracanã... Esses "guardiães da cidadania" não sabem e jamais chegarão a saber (porque não lhes interessa saber) que estudar, adquirir conhecimentos e exercer a profissão (qualquer que seja), com honestidade e capricho, isso sim, é que é exercício de liberdade pela via do ofício.
Liberdade de expressão? Fala sério! A quem eles pensam que enganam?
De verdade, a quem, afinal, interessa o fim da exigência do diploma para exercício da profissão de jornalista? Aos donos dos meios de comunicação, claro! Deixe-me arriscar... Não seria às cinco famílias que detêm, neste País de capitanias hereditárias ainda a pleno vapor, quase 90% do mercado editorial mass media?

O que aconteceu era de se prever. Contra a força não há resistência. Não por muito tempo. Desde sempre esses verdadeiros coronéis pós-modernos, donos do chamado Quarto Poder, eles pórprios o poder primeiro, sefundo terceiro e quarto, vêm abastardando o jornalismo. De diferentes maneiras. No final das contas, era de se esperar, a ABI (Associação Brasileira de Imprensa), que congrega os "empresários", foi mais "convincente" do que a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) e venceu a queda de braço que durava anos... Acho até que resistimos demais...
Mas... e agora, me perguntam os amigos? De minha parte penso em me engajar numa campanha para que também se elimine a exigência do diploma para os médicos, dentistas, enfermeiros, psicólogos, engenheiros e advogados... A bem do fim do "corporativismo"!, outra alegação descabida, vazia... Ora!, dirão esses inocentes inúteis, as profissões de médico, dentista, engenheiro, advogado, quando mal exercidas, implicam risco de vida das pessoas, o que não é o caso do jornalismo. Mas... e a ignorância? E a estupidez disseminada por profissionais de imprensa despreparados? Não seria igualmente mortal? Quem disse que uma notícia mal dada não pode levar à morte? A história coleciona histórias a respeito...
Exageros à parte, repito, o fim do diploma de jornalista só interessa aos de sempre... E os prejudicados também são os de sempre...
O que posso responder aos amigos preocupados comigo, sabendo do orgulho que sempre tive e sempre terei de ser jornalista? Eu lhes digo que sosseguem! LHC continuará sendo uma profissional procurada e muito bem paga, modéstia à parte. Conta muito a experiência que acumulei destes 40 anos de exercício profissional. Mas o que igualmente conspira a meu favor são os conhecimentos adquiridos no curso de graduação, em Jornalismo Gráfico e Audiovisual, na Universidade Federal do Rio de Janeiro, e, depois, no curso de doutorado, na USP. Muito devo a professores tais como Nilson Lage, Heloísa Buarque de Holanda e Antônio Cândido, para citar apenas os mais ilustres.
(Por favor, me poupem da afirmação, estúpida, de que as faculdades de jornalismo são ruins e nelas nada se aprende. Meu ouvido não é pinico! Se o braço infecciona, então, corta-se o braço? Não seria melhorar ministrar um antibiótico? Por que razão, sempre, se escolhe a saída mais fácil -- aquela que vai dar na mediocridade, no abastardamento? Porque interessa a eles... Simples assim!)
Depois de arrombada a porta, sentada aqui na sala, assistindo à devastação, não consigo, porém, me livrar de um pensamento maquiavélico (bem ao meu estilo), quase uma praga: deixe que as pessoas passem longe da universidade, pensando que são espertas... Eu, a idiota, a corporativista LHC, estarei sempre em vantagem absoluta, porque conhecimento (a única coisa que ninguém nos subtrai, na calada da noite) é o que faz a diferença. Posso perder espaço para os yuppies e nerds, no Estadão, nas Folhas e nos conglomerados jornalísticos que preferem pagar menos... Mas a imprensa, afinal, não são apenas eles... Não mais. Até mesmo os donos de jornais, os Mesquita, os Frias, os Sirotsky, os Civita e os Marinho, que fizeram toda a carga, um dia, saberão disso -- quando a péssima qualidade de seus veículos, que já se arrastam, moribundos, vivendo hoje dos favores, impublicáveis, de governos corruptores e anunciantes sem ética, perderem de vez o espaço para a comunicação virtual, que cresce... e cresce... e cresce... embarcada neste verdadeiro milagre chamado Internet.

Deixe estar... Eles não perdem por esperar...