sábado, 20 de abril de 2013

HÁ ALGO DE PODRE NO REINO DOS ESTADOS UNIDOS


Nada justifica o terrorismo, sobretudo, quando o alvo são civis inocentes. O ataque à Maratona de Boston foi uma brutalidade inaceitável, que recomenda, por si mesmo, a resposta rápida e enérgica do Estado, cujo papel principal é (ou devia ser) proteger o cidadão. Brilhante, pois, foi a ação da polícia técnica para chegar aos suspeitos. Coisa de seriado...

Mas... por que será que o espinho da desconfiança está espetando a minha cabeça, quando se trata dos dois "suspeitos" identificados pelos órgãos de segurança dos Estados Unidos? Quem os ouviu? Aliás, um deles, Tamerlan Tsarnaev, nunca mais poderá ser interrogado: morreu "em confronto" (sic) com as forças policiais. Mas... alguém aí ou lá, testemunhou a suposta troca de tiros? Dzhokhar Tsarnaev, o jovem ontem capturado, irmão daquele que foi morto, dizem, dentro de uma banheira nos fundos de uma casa, estava ensanguentado e carregava uma bomba. Mas... alguém viu?

Desde quando se podem apresentar como provas documentais bonés e mochilas desintegradas pela explosão e supostamente "restauradas" pela polícia técnica? Ora, não sendo de grife e, portanto. de uso restrito, podem andar por aí, na cabeça e nas costas de qualquer adolescente! 

Que parte das investigações e da indispensável coleta de provas (de verdade), documentais e testemunhais, eu perdi? 

Onde e quando teriam sido o julgados os irmãos chechenos, a não ser, sumariamente, sem direito a defesa, pelos órgãos de segurança norte-americanos?

Ou eu muito me engano ou, sob intensa (e justa) pressão dos cidadãos norte-americanos (paranoicos pela própria natureza, em especial, depois daquele tenebroso 11 de Setembro), dispostos a dar mais uma demonstração de força à comunidade internacional, os órgãos de segurança, desconfio, saíram em busca do culpado e, não o encontrando, podem muito bem ter forjado um; isto é, dois...

O que as autoridades e órgãos de segurança norte-americanos ignoram é que, além da satisfação que devem aos cidadãos, no sentido de lhes prover a integridade física e psicológica, dando combate ao terrorismo, também devem apresentar, de maneira clara, inequívoca e indiscutível, as provas de que os suspeitos são, realmente, culpados. Muito mais quando a curta história de vida dos dois rapazes não combina com a brutalidade da ação terrorista, segundo testemunho de parentes, professores e amigos. Sabe quando o milagre não combina com o santo? Pois é...

Aparentemente, o único "defeito" de Tamerlan e Dzhokhar é ser da Chechênia, e como todo imigrante nos Estados Unidos, inspirarem a mais completa desconfiança e, em casos extremos, a total inversão dos valores: "são culpados até que se prove o contrário", e, não, "inocentes até que se prove o contrário", conforme recomenda o bom senso e o respeito à pessoa humana. 

Bem lembrado: que é dos órgãos de defesa dos Direitos Humanos, que não cobram maior transparência nas ações do governo norte-americano?!  

Hum... sei não... mas, com a luxuosa conivência da imprensa, como sempre, há algo de podre no reino dos Estados Unidos, o que, diga-se de passagem, não seria, propriamente, novidade...  Não no país que sempre colocou o nacionalismo cego, porque fundamentalista, acima da segurança, da paz e da felicidade das pessoas. 


Rio de Janeiro, 20 de abril de 2013.

Lucia Helena Corrêa 

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