Luiza Erundina, mulher porreta!
Ao contrário da maioria dos intelectuais de esquerda na minha idade – mortalmente atingidos pela amargura da revolução que não souberam fazer – não acredito que tudo esteja perdido... Não mesmo! O Brasil tem jeito, sim, senhores! É só a gente querer... e ter a coragem
de fazer o que tem de ser feito!Mas confesso que minha fé na justiça e no poder de discernimento do ser humano se estilhaça quando leio nos jornais que os mais diversos segmentos da sociedade paulistana estão-se mobilizando para ajudar a ex-prefeita Luiza Erundina a cumprir a condenação imposta pela 1ª Vara de fazenda Pública: pagar uma dívida de R$ 350 mil à Prefeitura.O que espanta não é, tão-somente, o exagero da pena. O que me incomoda é a forma como a dívida foi contraída: em março de 1989, quando ainda era apenas deputada, Erundina teria utilizado recursos públicos para pagar a veiculação na mídia de um comunicado que tratava da paralisação de ônibus, entre os dias 14 e 15 de março de 1989.O que me enlouquece não é apenas o fato de não caber mais recursos e, assim, ser esta a primeira e única condenação na longa e reta vida política da ex-deputada e ex-prefeita de São Paulo.O que me dói é verificar que o povo e a lei (não a Justiça), no Brasil de corruptos e ladrões, confessos e dissimulados, punem uma das pouquíssimas personalidades políticas que não engordaram a conta bancária ao passarem pelo governo da maior e mais importante cidade do País.
O que me tortura é certeza de que, no Brasil, bons antecedentes depõem contra...
O que me faz sangrar a alma-cidadã não é somente o fato de a Justiça (sic) ter acatado uma ação popular (Eta povinho equivocado!). A vontade popular que absolve e continua votando nesse escroto do Maluf é capaz de condenar logo a Erundina, única pessoa na qual desde sempre voto em total confiança, independentemente do partido no qual esteja (nunca fui PT e nem PSB). Luiza Erundina sempre mereceu e sempre merecerá o meu voto porque, mesmo atordoada diante do comunicado da condenação, tenho certeza de que em nenhum momento pensou que, se tivesse cedido à atávica vocação dos políticos brasileiros para a corrupção, o saque e o enriquecimento ilícito, talvez jamais tivesse sido questionada e, menos ainda, condenada. E, se fosse, teria de onde tirar esses R$ 350 mil... Luiza Erundina, do alto da mais plena dignidade, não se envergonha e nem se arrepende de nada. Ela faria tudo de novo! Do mesmo jeito! Luiza Erundina! Garra de sertaneja! Luiza Erundina! Mulher porreta!
Ao contrário da maioria dos intelectuais de esquerda na minha idade – mortalmente atingidos pela amargura da revolução que não souberam fazer – não acredito que tudo esteja perdido... Não mesmo! O Brasil tem jeito, sim, senhores! É só a gente querer... e ter a coragem
de fazer o que tem de ser feito!Mas confesso que minha fé na justiça e no poder de discernimento do ser humano se estilhaça quando leio nos jornais que os mais diversos segmentos da sociedade paulistana estão-se mobilizando para ajudar a ex-prefeita Luiza Erundina a cumprir a condenação imposta pela 1ª Vara de fazenda Pública: pagar uma dívida de R$ 350 mil à Prefeitura.O que espanta não é, tão-somente, o exagero da pena. O que me incomoda é a forma como a dívida foi contraída: em março de 1989, quando ainda era apenas deputada, Erundina teria utilizado recursos públicos para pagar a veiculação na mídia de um comunicado que tratava da paralisação de ônibus, entre os dias 14 e 15 de março de 1989.O que me enlouquece não é apenas o fato de não caber mais recursos e, assim, ser esta a primeira e única condenação na longa e reta vida política da ex-deputada e ex-prefeita de São Paulo.O que me dói é verificar que o povo e a lei (não a Justiça), no Brasil de corruptos e ladrões, confessos e dissimulados, punem uma das pouquíssimas personalidades políticas que não engordaram a conta bancária ao passarem pelo governo da maior e mais importante cidade do País.
O que me tortura é certeza de que, no Brasil, bons antecedentes depõem contra...
O que me faz sangrar a alma-cidadã não é somente o fato de a Justiça (sic) ter acatado uma ação popular (Eta povinho equivocado!). A vontade popular que absolve e continua votando nesse escroto do Maluf é capaz de condenar logo a Erundina, única pessoa na qual desde sempre voto em total confiança, independentemente do partido no qual esteja (nunca fui PT e nem PSB). Luiza Erundina sempre mereceu e sempre merecerá o meu voto porque, mesmo atordoada diante do comunicado da condenação, tenho certeza de que em nenhum momento pensou que, se tivesse cedido à atávica vocação dos políticos brasileiros para a corrupção, o saque e o enriquecimento ilícito, talvez jamais tivesse sido questionada e, menos ainda, condenada. E, se fosse, teria de onde tirar esses R$ 350 mil... Luiza Erundina, do alto da mais plena dignidade, não se envergonha e nem se arrepende de nada. Ela faria tudo de novo! Do mesmo jeito! Luiza Erundina! Garra de sertaneja! Luiza Erundina! Mulher porreta!
Um comentário:
LHC,
Não condenaram Erundina por ter feito o que fez, mas por não ter feito o que fazem.
Condenaram Erundina por ter publicado nota de apoio a movimento de trabalhadores.
Sou dos que, como Erundina. ajudamos a criar o PT, mais em razão dos movimentos que ela sempre apoiou no Leste Vermelho paulista, e nós aqui também sindicalista.
Muito bom esse teu canto, mulher.
Porreta também és, além de poeta!
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